. Nossos direitos preservados
O céu de São Paulo reflete esperança
é o sol que se esconde, é as nuvens que avançam
O céu de SP continua na mesma fornalha
escondem seus carros, superam suas raças
Até quando um playboy vai sair para comemorar?
Depois de um trabalhador, pobre, com seu carro de luxo ele matar?
É mesmo necessário pensar?
Sociedade com direitos garantidos, muito bem selecionados e altamente preservados
Nunca existiu o mesmo barco
somos todos alvo, somos todos marcados
Então, para que devemos protestar?
Se a polícia estará lá para nos derrubar
Então devemos aceitar?
É uma merda dizer isso, mas vá lá no velório
e pergunte para a mãe e o pai que agora está enterrando o seu filho.
Não tem muito o que ser dito
A seleção dos valores já foram todos definidos.
pelo televisor disseram que é ao contrário
será mesmo, que nossas vidas valem menos que um carro amassado?
Tem mais rico matando pobre, do que pobre matando otário
Pois é
Isso está muito errado.
. Olhe pela janela
Ouvi dizer que a Revolução Francesa foi uma revolta burguesa
É óbvio.
Achavam mesmo que os pobres reivindicariam algo?
Olhe para sua janela, observa todos esses sentinelas
Pergunte à eles
Ganham medalhas por nos proteger, ou por guardar o poder?
Revoluções não acontecem, nem na sua mente
É raro, talvez
Mas somos nós os marginais, pra quem elas realmente deveriam favorecer
Se estou dizendo isso, é porque percebo os limites do precipício
Realmente analiso,
Somente nas margens, percebemos a diferença de uma classe para a outra
Por que não avançamos?
É como eu disse antes… Olhe pela janela e aviste os sentinelas…
Pensando bem, é melhor não perguntar nada…
Vivos, fazemos história
Ambas escritas em 2024, logo após mais um trabalhador ser morto na madrugada de São Paulo.
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Fotografia do autor, São Paulo, 2024.
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